Padecer no paraíso! Taí uma expressão que sempre ouvi, desde pequena, mas que nunca tinha entendido em sua essência. Demorou 30 anos da minha vida para eu conseguisse entender o real significado destas palavras.
Sim, minha gente, é possível padecer no paraíso. Ter um filho foi (e está sendo) a experiência mais incrível da minha vida, mas tudo neste mundo tem seu preço a pagar, não é mesmo?
E o preço que estou me referindo não é monetário não (pelo menos por enquanto), estou falando sobre tempo, energia e noites sem dormir.
Estava refletindo estes dias que minha filhota completou 1 aninho semana passada. E faz, exatamente, o mesmo período que eu nunca mais dormi uma noite inteira sem ser incomodada. Faz 1 ano que eu não sei o que é dormir até mais tarde num final de semana ou feriado.
Sempre achei que o berço da Clarice possuísse espinhos invisíveis, mas ultimamente, estou achando que eles se multiplicaram. Vou explicar por quê!
Chego em casa todos os dias por volta das 18:00 hs. E já coloquei na minha cabeça que este tempo é exclusivo da Clarice. Não marco nenhum compromisso onde não possa levá-la comigo (afinal passei o dia inteiro longe dela trabalhando, né?!). Daí que fico brincando com ela todo este tempo (sem ter comido quase nada, sem ter feito nada ou tomado um banho sequer!). Por volta das 20:00 hs ela resolve querer dormir. Aí começa a saga do sono da Clarice (e do meu desespero). Como ela ainda mama (e como mama, parece uma bezerra), ela fica mamando e cochilando no meu colo. Até aí, tudo bem. Delicioso este momento de tanta intimidade entre a gente. Depois de 1 hora (beirando às 21:00 hs e eu morrendo de fome, querendo comer alguma coisa), faço a primeira tentativa de colocá-la no berço. Tentativa parcialmente de sucesso, pois assim que fecho a porta do quarto, cinco minutos depois ouço o choro desesperado de Clarice. Ok! Pego novamente minha pequena que já vai direto pro peito sem nem sequer abrir os olhinhos. Mais trinta minutos se passam e faço a segunda tentativa, totalmente fracassada, pois mal a coloco no berço e ela já abre o berreiro. Daí que depois da terceira ou quarta tentativa, eu desisto e coloco ela em pé, no chão, para poder fazer minhas coisas. Trinta minutos depois e muito choro no meu ouvido, vou novamente tentar colocar Clarice para dormir (o relógio já quase marcando 23:00 hs). Quando a pequena finalmente pega no sono, daí vou começar a fazer minhas coisas: comer direito, tomar banho, ver alguns emails e pronto, vou logo dormir, pois sei que a noite dificilmente será tranquila.
Como a experiência já me mostrou, 2 horas depois (quando muito) Clarice põe-se a chorar novamente. E daí, meus amigos, para não me estender muito, a história se repete num intervalo de 2 em 2 horas todas as noites. 6:30 hs da manhã, quando me levanto para ir trabalhar, estou morta, cansada e com a sensação de que não dormi nada (acho que não é só sensação, né?!)
Dizem que esta fase passa.... e acredito que sim. Mas será que vai demorar muito? Será que consigo ficar mais 1 ano acordando umas 8 vezes por noite? Será que terei energia para tanto?
Se alguém aí for mãe e ler este relato, poderia me ajudar contando sua história e compartilhando sua experiência. Será muito bem vindo ouvir alguma história parecida com a minha. Mesmo se não ajudar, com certeza, servirá de consolo! :)
Bjos de uma quase super mãe
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