Semana passada, uma amiga, muito querida aqui do trabalho, me emprestou uma dessas revistas femininas. Na verdade, as vezes que eu vejo estas revistas ou é em salão de beleza ou em consultório médico ou porque alguém me empresta.
Mas enfim, voltando ao assunto, estava folheando a revista lá em casa, quando entro naquela sessão moda. Com mulheres lindíssimas, magérrimas, fotografia perfeita e roupas puro glamour! Até aí tudo bem, tudo sob controle. Até que começo a ver (naquelas descrições bem pequenininhas na lateral) a origem das roupas usadas no editorial e (aí que vem a indignação) os preços!
Gente, na boa, pra quem eles escrevem a revista? Qual o público-alvo dessa galera? Será que é aquele 0,000001% da população feminina que fica tomando cafezinho à tarde na Daslu?
Fala sério! Fiquei ultra indignada quando vi uma relis blusinha custando R$ 2.000! Um shortinho R$ 3.500! Um vestido (realmente lindo) por uma bagatela de quase R$ 12.000! Um vestido custando o preço de um carro usado! Tudo bem que é usado, mas não deixa de ser um carro, num é?!
Daí que fiquei pensando com meus botões: moramos num país no qual a maioria das pessoas não ganham nem sequer R$ 1.000 por mês. E quando eu digo maioria, é maioria mesmo! Não vou aqui me ater em estatísticas precisas, mas pelos meus conhecimentos gerais, sei que menos de 5% da população ganham acima de R$ 5.000. Pois bem, contando que estas pessoas que ganham um pouco mais que a média, tenham que pagar aluguel, fazer supermercado, pagar mensalidade de escola pros filhos e mais vários outros compromissos financeiros que todos nós temos, me pergunto: quem são estes brasileiros que tem coragem de pagar R$ 15.000 por qualquer peça de roupa, sapato ou bolsa?
Eu sei que a revista mais do que querer vender roupas, elas querem vender o status, o glamour, o mundo da fantasia onde todos são lindos, chiquérrimos, magérrimos, elegantérrimos e podres de rico!
Mas o que fiquei mais triste é que se tem mercado para estas futilidades tão caras é porque tem gente que compra. E aí é que me vem a revolta quando me lembro que o Brasil é um dos países com maior desigualdade e concentração de renda do mundo. Infelizmente, existe sim pessoas que passam as tardes nestas Daslus da vida, tomando champagne e gastando foturnas com isto (quer dizer, fortunas pra gente, rélis mortais).
Será que sou chata demais?
Bjos
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